sábado, 17 de maio de 2014

O CINEMA REGRESSA À CASA

O CINEMA REGRESSA À CASA

No CINEMA as histórias que se contam são como lugares. São habitados por aqueles a quem pertenceram em tempos longínquos, não necessariamente por aquilo que alguém poderia chamar de espíritos. 
A história de um filme é como uma casa, uma velha casa com diversos níveis, diversos andares, quartos, corredores, portas e janelas, sótãos e porões, covas e grutas... espaços inúteis.
E é neste recôndito psicológico que repousa o arrabalde circunspecto de historicidade humana com seu aparato PSICANALÍTICO. Particularmente, é notória a contraposição da imagem em movimento, denotando o moderno e o arcaico (envolto em brumas), o dia e a noite... A ciência e o mito.  
As paredes são a memória filmofônica. Raspe um pouco uma pedra, aproxime uma orelha e ouvirá coisas certamente! O tempo recolhe aquilo que o dia traz e aquilo que a noite esparge. Cuida e aprisiona. O testemunho é a pedra. O estado da pedra... cada pedra é uma página escrita, lida e cancelada. 
Tudo adere-se aos grãos de terra. Uma história. Um roteiro. Um livro. Um ator. Um filme... sutilmente imbuído na memória, amarelado pelo tempo (...)
Vanessa Castro, cinéfila

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