terça-feira, 15 de janeiro de 2019

UM SOBERBO HOMEM DE BIGODE E ÓCULOS ESCUROS

UM SOBERBO HOMEM DE BIGODE E ÓCULOS ESCUROS 
FREDDIE MERCURY é a banda QUEEN e em si BOHEMIAN RHAPSODY (O Filme), porque tem histórias lendárias que necessitam de mercúrio (vermelho como sangue)
Vanessa Castro (nota da cinéfila: 5 Estrelas)

Muitos de nós sabemos que a tela prateada do grande Ecrã (CINEMA) é um instrumento psicanalítico que nos convida a uma catarse de sentimentos e emoções imanentes. O Cinema é em si um divã. Quando assisti esta pérola cinematográfica...fui além de uma catarse emocional. Tive uma EXPERIÊNCIA, porque tal filme é apreciar o cordão umbilical entre a tela grande da emoção e o grande público. É estar só...estando completamente junto. A platéia sente o impacto e se emociona junto com você.
E solidão foi um sentimento que sempre acompanhou a personalidade autêntica e controversa de Farrok Bulsara/Freddie Mercury. E assim foi sua carreira e vida lendárias.
Boêmio, rapisódico e...um solitário e carente de plantão (às vezes, todos nós somos).
Esta virulenta e efervescente cinebiografia narra a trajetória rápida de ascensão de um tenor do rock inglês onde o tradicional encontra o excepcional.
Falar sobre Freddie Mercury é antes de tudo lembrar de uma voz única com o poder de catalisar uma multidão. Mercury é inesquecível porque através de sua música e história necessitou enfrentar adversidades extremas com as quais teve que conviver e buscou exorcizar: o medo, a carência e a tão temida solidão.
Sua presença de palco se elevava em superlativas proporções a cada apresentação em estádios como no inesquecível, Live in Aid. O filme é um retrato do hiato entre as gravações da banda QUEEN e os momentos de excessos e excentricidades de seu vocalista. Buscou, avidamente, o amor, a felicidade e o hedonismo. Foi uma persona de extremos em todos os sentidos. Um retrato do homem dos decênios de 70 e 80, mas com seu toque escandaloso e introvertido...nem sempre na medida certa!!
A película BOHEMIAN RHAPSODY tece um paralelo entre a trilha musical experimental eletrizante dos Queen com seu frontman, ressaltando os trejeitos autênticos de um soberbo homem de bigode e óculos escuros de presença atemporal.
Sua bissexual, sua homossexualidade, sua família, sua religião, seus conflitos, seus fantasmas...e tudo projetados na sua imensa solidão. O roteiro aborda pontos reais quanto ao crescimento da banda QUEEN tendo como foco o próprio Freddie Mercury tentando ser desfocado.
O proveito do filme quanto ao aspecto musical é IRREPREENSÍVEL e indelével, pois, as canções são verídicas e inesquecíveis. Basta ter um coração para sentir e um cérebro para filtrar. O trabalho estético, físico e humano corporeifica a projeção e impacta. É magnetismo puro, pessoal e intransferível. 
Eis mais uma cinebiografia que deixa seu legado no plebeu mundo do rock e se imortaliza como uma pérola músico-cinematográfica poderosa por suas sensações e choros coletivos na grande sala de exibição: filme triste? Jamais! Autêntico e sensível como deveria ser o humano que habita em nós (...)
Como biografia de um lendário artista performático, BOHEMIAN RHAPSODY é um triunfo de causar arrepios a cada arpejo de guitarra suavizada sobreposta nos dedilhados de Brian May dos créditos iniciais aos finais. Acredite, o filme termina... os créditos vão subindo e você não vai querer levantar da poltrona. 
Sobre criticrí depreciativas? Desconsidere e dê espaço para a tal licença poética cinematográfica. 
E existe ainda uma esperança na arte que nos encanta, salva e evidencia que sempre haverá um Love of My Life. E agora Freddie Mercury é lançado como num jogo de espelhos para a posteridade num grande show de música que a Sétima Arte tratou de espargir mundialmente.
Sublimei!!