sábado, 27 de fevereiro de 2016

O "Frágil" Véu da Assepsia Inglesa!
Não há cinematografia, atualmente, que tenha tão pouca vergonha de lavar a própria roupa suja em público como a inglesa. Que o CINEMA é mestre em reminiscências - todos sabemos. No entanto, DANIEL Michael Malcon Balcon Bacon Black DAY-LEWIS já sabia. 
Day-Lewis interpretou personagens que caracterizaram a Londres de sua juventude... Daniel foi sintomático e sugestivo ao interpretar figuras de arquétipos inconscientes que sobrepujaram a Londres das grandes telas demonstrando o universo interior de cada fracasso miserável da alma humana. 
Na Londres dos anos 80 a fumaça, a fuligem, a solidão, a saudade, a depressão e a melancolia eram evidentes. 
Daniel Day-Lewis tinha todas as funções psicológicas para se dar ao luxo de se deprimir. No entanto, não o fez...
Daniel Day-Lewis simboliza numa ironia excelentemente dramática a performance de um genuíno e  atroz autêntico ator amante de Shakespeare que conduz sua narrativa íntima psicológica numa ironia diáfana e perfeccionisticamente dissimulada.
E para quem já foi no CINEMA - intelectual, ladrão de sucata, aristocrata, médico cirurgião-cerebral, cirurgião-dentista, presidente dos Estados Unidos, índio moicano, assexuado, boxeador... Simplesmente e evidentualmente sua arte maior em ser artesão da SÉTIMA ARTE se evidencia porque realiza seu ofício como mestre maior com toda naturalidade e elegância num dualismo verbal e visual plantando um mosaico entre a Sétima Arte e a arte maior.
Day-Lewis é cônscio que seus personagens são inteligentes e não se preocupam com o 'bom senso convencional". 
E fica a pertinente pergunta... CINEMA É OBRA DE ARTE OU BEM DE CONSUMO?
Respondam-ME OS BONS.... 
Vanessa Castro (Cinema & Psicanálise)