segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O FEITIÇO DE ÁQUILA
É uma ressonância psíquica o filme O Feitiço de Áquila que exerce uma grande força catalisadora na vida de quem o assistiu, é claro que sem deixar de lado o forte apelo ao amor romântico do século XII e por certo tempo – o amor platônico, imputado, paraplégico, unilaterial, diurno-noturno, surdo-mudo e imcompreendido. Entretanto, o amor real só é possível quando vivenciarmos tal integração e transformação do nosso lado contra-carnal e físico interior, caso contrário, experimentaremos projeções irreais que impedirão a essência de amar e ser amado por outro ser – ver a si e ao outro como se realmente é.
Mas a minha captação é desde que eu era uma criança... O Feitiço de Áquila é e sempre vai ser para mim, aparentemente um filme para agradar platéias infato-juvenil, mas o cunho filosófico é para adultos. Uma fantasia medieval, uma história de cavaleiros, fé e honra. Uma poesia visual em encerra com as verdades mais comoventes que o cinema tem nos apresentado! Um dia sem noite e uma noite sem dia, mas assim como o dia nascerá amanhã e depois quem sabe, mais dias, menos dias... Não acontece um eclipse lunar ou solar, e como falcões e lobos seguiremos... Solitários como os lobos e atentos como os falconiformes... O que importa é que sejamos fiéis a nós mesmos e aos outros, tendo como exemplo de união estas duas distintas espécies animadas.
Ass.: Vanessa Castro (Cinéfila)... Alguém que sempre gostou de lobos e falcões, afinal, são fiéis aos seus parceiros, e quem sabe talvez, fadados a eternidade com esta fidelidade. Vai se saber!!!


A METÁFORA ANTOLÓGICA NO ESTILO DAYLIWINIANO


DESDE TENRA IDADE, UMA COISA APRENDI NA MINHA VIDA: METAFORIZAR A ARTE DE INTERPRETAR COM O ESTILO ANTOLÓGICO E SUPERLATIVO DE UM GENTLEMAN INGLÊS DE NOME DANIEL Michael Malcon Balcon Bacon Blac
k DAY-LEWIS. A METÁFORA ESTÁ EM INTERPRETAR O ESTILO DAYLIWINIANO A UMA ERUPÇÃO EM FOGO LENTO. SE DAY-LEWIS FOSSE UMA FILOSOFIA, SERIA O EXISTENCIALISMO - PELA EXPERIÊNCIA DO VIVIDO EM CADA 24 FOTOGRAMA POR SEGUNDO. E SE DAY-LEWIS FOSSE UM JOGO, SERIA O DE XADREZ: DISCRETO, INTELIGENTE, CHARMOSO, ELEGANTE E PARA TEMPOS MAIS SOFISTICADOS. Eis então o homem e seu ofício maior de atuar que enobrece a SÉTIMA ARTE. Filme Lincoln com estréia prevista para fevereiro no Brasil (...) E como diria William Shakespeare: "O resto é silêncio"... EIS O TRAILER OFICIAL EM HD!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A METÁFORA DO CARTEIRO





Habitei Londres pelos filmes que assisti, pelos mistérios que cultivo, pelos atores que segui, pelas músicas que ouvi e pelos jogos de tabuleiro que revelavam a mim, seu mapa. O que posso dizer é que tudo que faz lembrar fumaça, melancolia, sobretudo, fuligens, brumas... Eu no melhor estilo inglês, denominaria de arte. A Londres das fuligens.
Li também que Londres é onde se encontram amores, os antigos. Claro que, me esquivo de uma ou outra concretude amorosa, mas naqueles dias, pensei muito sobre minha vida. Fiquei pensando como seria se trabalhasse em Londres, como carteira. E me imaginei entregando cartas todos os dias... Em uma rua como muitas que vi, com pessoas morando ali. Sei que deviam ser encantadoras. Carteira porque guardo minhas memórias da infância e dentre tantas, tinha um hábito constante de organizar as correspondências já abertas de minha família, dar um laço, colocar na cestinha da bicicleta e sair jogando cartas pelos arrabaldes da casa. E era vizinha da agência dos Correios, onde trabalhava o carteiro Belmiro e sabia exatamente a hora deste levar as cartas de minha casa e a tarefa de recebê-las, coube a mim. Achava aquela profissão mágica. Sempre gostei de cartas. O que se pode inferir sobre uma comparação entre a atividade do carteiro e a do cinema? É que em maior ou menor grau ambos trabalham com a palavra e imagem, tem a atribuição de levar a mensagem aos seus interlocutores. Carteiro - um transportador de metáforas!
Desde os tempos remotos o homem ansiava por comunicar-se e para tanto buscou as mais diversas formas, as possíveis em cada momento. Há muitos, muitos anos, os homens se comunicavam através de gestos e gritos. Contavam as suas histórias fazendo desenhos nas paredes das cavernas (pinturas rupestres). Depois, o homem passou a utilizar telégrafos de tochas, telégrafos de tambor, telégrafos por sinais de fumaça e pelo reflexo dos espelhos usando a luz do sol. As tribos indígenas utilizavam tambores para transmitir códigos sonoros e fogo como códigos visuais para comunicação à distância. Os asiáticos usavam pedras, mesangeiras estas de notícias boas ou ruins, dependendo da sua textura, cor e peso. Estas cenas já foram retratadas em filmes... Belíssimos.
Certamente um dos momentos mais belos da minha infância que gosto de relembrar são os filmes que mostravam a figura do carteiro. Na época eram mensageiros encarregados de levar pessoalmente correspondências dedicando a vida ao envio de mensagem dos imperadores. Eles atravessavam a linha de fogo, rápidos, ágeis, sem olhar para trás, destemidos em sua missão.
Com códigos comuns e definidos, o grande desafio na comunicação sempre era o alcance da mensagem. Em 1850, estabeleceu-se uma ligação entre a Inglaterra e o resto da Europa através de cabos marítimos que utilizavam o Código Morse.
A história da evolução das formas de comunicação é muito bonita e nos remonta ao início da humanidade, ela nos faz viajar pelos espaços do tempo e nos lembra que o carteiro representa um dos grandes elos da comunicação humana. Os carteiros e carteiras, são conhecidos de longe e, muitas vezes, alvos de grandes expectativas, já que levam nas mochilas sonhos, vivências, histórias de alegria, tristeza e esperança compartilhadas de um ponto ao outro do nosso planeta.
A profissão de carteiro, em sua função propriamente dita, foi gerando afetos, criando cumplicidades, partilhando sentimentos, mitigando dores e quebrando solidões, neste peregrinar diário de porta em porta.
Outro exemplo é o filme “O Carteiro e o Poeta”, que traduz uma visão do romance de Antonio Skármeta. Esta adaptação encena o momento em que o poeta chileno Pablo Neruda fica exilado em uma ilha na Itália. Certa cena o personagem Mario diz a Neruda que gostaria de ser poeta, ao que ele responde: “Não, é melhor que você continue como carteiro, pois os carteiros andam bastante e não engordam. Nós poetas somos muito gordos”. Este texto é uma espécie de grito de afirmação sem compromisso de uma suposta profissão que eu poderia ter - mesclando poesia e política, literatura e cinema, embalados pelas metáforas!
Naquele momento o poeta e o carteiro se confundem em uma nota só. Para Mario, Neruda é não só o poeta do amor, mas o próprio Amor, e é assim que ele o descreve para o Chefe do correio com esta frase: - "... a mulher dele o chama de Amor".
Ora, a motivação maior com a qual o indivíduo conta para se sentir forte e criativo no transcorrer de sua vida é exatamente o Amor. É ele que nos move a agirmos de forma verdadeira e harmônica com os seres que nos cercam.