O Cinema Regressa a
Casa...
(Cinema – A Arte da
Memória)
No cinema as histórias que se contam
são como lugares. São habitados por aqueles a quem pertenceram em tempos
longínquos, não necessariamente por aquilo que alguém pode chamar de espíritos.
A história de um filme é como uma casa. Uma velha casa com diversos níveis,
diversos andares, quartos, corredores, portas e janelas, porões e sótãos, covas
e grutas... Espaços inúteis.
As paredes são a memória filmofônica.
Raspe um pouco uma pedra, aproxime uma orelha e ouvirá coisas certamente!
O tempo recolhe aquilo que o dia traz
e aquilo que a noite esparge, cuida e aprisiona. O testemunho é a pedra. O
estado da pedra. Cada pedra é uma página escrita, lida e cancelada. Tudo
adere-se aos grãos de terra. Uma história. Um roteiro. Uma casa. Um livro. Um
ator. Uma projeção. Um filme... sutilmente imbuído (...) amarelado pelo tempo
(...) na memória...