segunda-feira, 14 de abril de 2014


No cinema as histórias que se contam são como lugares imaginários. A colônia de povoamento é arquetípica Junguiana. São habitados por aqueles a quem pertenceram em tempos longínquos, não necessariamente por aquilo que alguém pode chamar de espíritos. A história de um filme é como uma casa. Uma velha casa com diversos níveis, diversos andares, quartos, corredores, portas e janelas, porões e sótãos, covas e grutas... Espaços inúteis.
As paredes são a memória filmofônica. Raspe um pouco uma pedra, aproxime uma orelha e ouvirá coisas certamente!
O tempo recolhe aquilo que o dia traz e aquilo que a noite esparge, cuida e aprisiona. O testemunho é a pedra. O estado da pedra. Cada pedra é uma página, escrita, lida e cancelada. Tudo adere-se aos grãos de terra. Uma história. Um roteiro. Uma casa. Um livro. Um ator. Uma projeção. Um sonho posto à análise psicanalítica. Um filme... Sutilmente imbuído (...) amarelado pelo tempo (...) na memória...

Vanessa Castro (Cinéfila)