quinta-feira, 11 de junho de 2015


De Conde Drácula a Conde Dookan... A lenda cinematográfica: Christopher Lee
Christopher Lee (1922-2015)
Luto: Vanessa Castro (Cinema & Psicanálise)

Nem todos os vampiros nasceram na Transilvânia. O mais circunspecto deles, na minha opinião, nasceu em Londres, em 22 de maio de 1922. O nome dele é Christopher Lee. A estatura alta, magra, translúcida e elegante de quem acabou de desencarnar chamou a atenção dos vultos sombrios do gênero cinematográfico. Ele era circunspecto na sua aparência sob medida para o gênero do cinema no qual mais emprestou sua performance irrepreensível: o cinema de horror. 
Não um horror real e atroz como observamos, impotentes e paraplégicos, na contemporaneidade. Mas um horror plastificado e recheado de charme como só o cinema, mestre nos disfarces, sabe nos presentear. 
Sob um sobretudo preto e escarlate... Lee foi minha primeira visão privilegiada daquele que naturalmente seria a personificação do Conde Drácula, no universo fílmico de uma miúda cinéfila. 
Christopher Lee depois de oitenta papéis atuados na Inglaterra, na sua carreira de ator manteve sua vida privada em sigilo, provando assim sua imagem séria, introspectiva, circunspecta e vampiresca. 
E em meandros psicanalíticos ouso afirmar que existe uma relação íntima nas pulsões instintuais de vida, amor e morte onde a figura vampiresca, em sua essência, sabe dosar e controlar presenteando o espectador com uma metáfora bem charmosa sobre as delícias da conquista. Este casamento, principalmente, pelos que amam fantasias cinematográficas humanas, é poderoso.
Christopher Lee... Foi e é poderoso!
Homenagem da cinéfila, Van Castro