domingo, 14 de outubro de 2012


Desde tenra idade comecei a apreciar o CINEMA. E quando assisti ao filme 'CINEMA PARADISO', me encantei com um menininho de apelido Totó. Um bambino encantado com o CINEMA e com a transformação de luz em som e sombra, porque assim é feito o CINEMA e só é possível, mediante um defeito óptico nosso. O filme 'NUEVO CINEMA PARADISO' é um paraíso no que tange a difícil missão de explicar o que significa o cinema para um cinéfilo. O filme consegue a proeza de explicar esta relação complexa e difícil de definir entre ecrã e cinéfilo(a). É como se o cinema pudesse virar às costas e dar vida a platéia. Ah o CINEMA, invenção do séc. XX que juntamente com a PSICANÁLISE explicitou o cordão imbilical, a simbiose e uma relação orgânica entre público e grande tela. O cinema por sua expressão máxima de imagens, simboliza o baluarte do viver contemporâneo urbano: Estar só, estando completamente junto, como o grande público reunido na sala de exibição. Cada catarse é ÚNICA. E como entenderia bem isso... Um heterônimo de FERNANDO PESSOA, o cético, Álvaro de Campo, em seu POEMA EM LINHA RETA!  Eis então, Totó... Representando como sujeito imaculado a paixão de todos os cinéfilos: Um menino encantado com o CINEMA e com a transformação de luz e som. Mais tarde, o adulto nostálgico, embalado pelos amores de sua vida... E eu no meu percurso de cinéfila, nunca pensei que me identificaria tanto com a Itália, onde tudo se transforma em drama, fervor, louvor e amor (...) Eis o mistério da vida para uma miúda cinéfila... Boa tarde, AMORES MIOS!