domingo, 21 de março de 2021

 CINEFILIA


A Cinefilia é a invenção de um olhar. Tal olhar é ao mesmo tempo curioso e revelador e tão próximo e tão distante dessa paixão 💓 de nome CINEMA. Próximo em razão do cordão umbilical que une cinéfilos (as) e distante como o grande ecrã que "separa" público e tela. O amor 💓 pela Sétima Arte simboliza, psicanaliticamente, a composição de um retrato que se comprometeu em esclarecer um ensaio racional e emocionante no combate às inverdades históricas, esclarecendo em tempo e espaço numa jornada de ressonância cultural imaculada que reverbera desde o irrequieto século XX. 

Outros séculos virao... E A SÉTIMA DAS ARTES estará aqui, pintando, contando e recontando o 7 (...)

Vanessa Castro (Cinema & Psicanálise)


sexta-feira, 5 de março de 2021

terça-feira, 2 de março de 2021

O HOMEM QUE RI

 Filme 'O HOMEM QUE RI' (1928)

Vanessa Castro (Nota da cinéfila: ⭐⭐⭐⭐⭐)
Os olhos galvanizados de Gwineplaine condenado num sorriso cáustico
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Em 'O Homem Que Ri' um dos tesouros do CINEMA Expressionista Alemão, o foco é Gwynplaine. Órfão na infância, é capturado por criminosos que lhe esculpem na face, à faca, um abominável sorriso forçado. Desfigurado e só vai servir de atração circense de horror. O filme é baseado no romance de Victor Hugo e dirigido pelo cineasta Paul Leni.
'O Homem Que Ri' é um drama tão imbuído da melancolia expressionista que beira o horror. É um romantismo burlesco realizado para mostrar a face da miséria e degradação humana, a mutilação como punição, além do embate político e a relutância no que concerne as mudanças sociais. O personagem principal é saudado pela fome e pelo frio e sempre punido se não cumprir com suas funções sociais de fazer rir os homens de bem. Mas, Gwineplaine se recusa a se tornar um corrupto de seus valores pela necessidade. Um verdadeiro lorde. O desempenho do ator Conrad Veidt é mais que uma façanha. Sua maquiagem lhe distendia a boca e ao mesmo tempo exibia dentes grotescos. Muito desconfortável dificultando suas emoções projetadas, exclusivamente, pelos olhos. No entanto, suas cenas me comove quando percebo seu amor, medo, piedade e luxúria pelo olhar galvanizado num andar curvado no cenário próprio do CINEMA Expressionista com tetos e portas excessivas, escadas intermináveis e iluminação dramática onde a tarefa da câmera é dissimular, acentuar -jamais, revelar. A atmosfera é opressora numa mensagem clara do que foi o horror nazista. O filme não busca a realidade externa mas sim a realidade do evento interior. Tudo no filme tenta atingir a fluidez de luz e sombras, formas móveis, linhas e curvas.
Naturalmente'O Homem Que Ri' é um filme estranho pois causa repulsa pela recusa do que é aceitável e ao mesmo tempo um fascínio misterioso e mórbido que culmina na aceitação.
Sempre que o assisto começo a devanear e me emociono no que me distrai, porque sinto-me envolta numa atmosfera de sonho. E isso é muito psicanalítico.
Por ser um filme mudo não me oferece a estrutura da linguagem e concede a flanagem pelos recônditos das sombras do inconsciente através da projeção. 'O Homem Que Ri' não declara suas intenções, mas se movimenta do pathos à piedade, do drama à emoção, dos elementos do terror aos soturnos do desejo. O escrutínio da natureza dos segredos de Gwineplaine é nítida comoção.
A película cinematográfica 'O Homem Que Ri' é a desfiguração do homem alienado. É o modelo social da deterioração do homem pelo homem. Atemporal. Cruel. Cáustico. NECESSÁRIO vê-lo (...)
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